30 milhões é a factura pelo apuramento para a final da Taça?
Depois do pedido em plena crise do adiamento do reembolso do empréstimo obrigacionista, justificada então no ponto 3 do comunicado pelas "recentes tomadas de posição públicas por terceiros” somos surpreendidos ontem, enquanto festejávamos ainda o apuramento para a final da Taça de Portugal, com a noticia de que a SAD vai agora pedir autorização aos acionistas para poder avançar com um
empréstimo obrigacionista global num montante até 60 milhões de euros
até final do ano.
Se isto é sério não parece.
Primeiro porque as tomadas públicas de posição referidas que poderiam por em causa o processo foram feitas pelo próprio presidente a partir daquele famoso post, que agora parece até que não aconteceu, e não por terceiros.
Depois porque um empréstimo obrigacionista que deveria conhecer a sua renovação ou devolução aos investidores teria que estar já praticamente fechado quando faltasse um mês para que tal ocorresse. Se problemas havia, e que agora se confirmam, eles já existiam e por isso não teriam a ver com as tais tomadas de posição públicas de terceiros (Holdimo e PMAG Marta Soares na linha de mira) Já as do presidente, que deram origem a todo o imbróglio, só contariam a partir do momento em que foram proferidas, mas ainda assim julgo não constituiria motivo suficiente para o adiantamento do pagamento das obrigações, bem antes pelo contrário. Era do interesse da SAD dar um sinal de normalidade, o que o adiamento acabou por desmentir, aprofundando os sinais de crise, deixando no ar de que afinal o discurso das contas exemplares talvez não fosse bem assim.
É muito provável que este adiamento esteja relacionado com a dificuldade de um dos bancos, ou até mesmo de ambos - BCP e NB (ex BES) - em sustentar o "revolving" do empréstimo obrigacionista de 30 milhões, que entretanto vence. Ambos os bancos têm contas a prestar aos accionistas e o NB em particular apresentou maus resultados muito recentemente [LINK], sendo por isso provável que o Estado, - isto é, todos nós, Sportinguistas ou não - seja de novo chamado a abrir os cordões à bolsa. Uma operação com elevados riscos políticos, é bom de ver.
E finalmente é pelo menos pouco transparente que se salte da posição inicial, invocando aqueles motivos, para ir agora até à possibilidade de duplicação dos valores iniciais, invocando problemas adicionais de tesouraria e deixando a sensação de que se aproveita o momento de festa para ver se ninguém repara.
Veremos por quanto vai ficar valor final do empréstimo obrigacionista e especialmente como será feito o revolving e por quem. Não seria de todo surpreendente que a recente viagem do vice Carlos Vieira estivesse relacionado com este assunto. Assim como não seria propriamente uma surpresa que, viéssemos a ser confrontados com uma operação de cessão de créditos por parte de um dos bancos ou de ambos, o que poderia contribuir para o agravamento dos custos do crédito, a acrescer aos que já se estão a registar pelo adiamento do pagamento do reembolso no tempo acordado. A possibilidade de o ser o próprio clube a fazer cessão de créditos para abatimento de dívida (a la SLB...) também não pode ser de todo descartada.
Veremos o que irá determinar a AG da SAD agendada para o dia 11 de Maio, especialmente que posição publica irá tomar a Holdimo, até agora parceiro estratégico da SAD. Esta já tinha manifestado o seu desagrado com "o debate público sobre questões internas (...) que é "absolutamente dispensável e atentatória da melhor tradição da marca Sporting, com potencial prejuízo para os ativos da sociedade".
A seguir com atenção.
Primeiro porque as tomadas públicas de posição referidas que poderiam por em causa o processo foram feitas pelo próprio presidente a partir daquele famoso post, que agora parece até que não aconteceu, e não por terceiros.
Depois porque um empréstimo obrigacionista que deveria conhecer a sua renovação ou devolução aos investidores teria que estar já praticamente fechado quando faltasse um mês para que tal ocorresse. Se problemas havia, e que agora se confirmam, eles já existiam e por isso não teriam a ver com as tais tomadas de posição públicas de terceiros (Holdimo e PMAG Marta Soares na linha de mira) Já as do presidente, que deram origem a todo o imbróglio, só contariam a partir do momento em que foram proferidas, mas ainda assim julgo não constituiria motivo suficiente para o adiantamento do pagamento das obrigações, bem antes pelo contrário. Era do interesse da SAD dar um sinal de normalidade, o que o adiamento acabou por desmentir, aprofundando os sinais de crise, deixando no ar de que afinal o discurso das contas exemplares talvez não fosse bem assim.
É muito provável que este adiamento esteja relacionado com a dificuldade de um dos bancos, ou até mesmo de ambos - BCP e NB (ex BES) - em sustentar o "revolving" do empréstimo obrigacionista de 30 milhões, que entretanto vence. Ambos os bancos têm contas a prestar aos accionistas e o NB em particular apresentou maus resultados muito recentemente [LINK], sendo por isso provável que o Estado, - isto é, todos nós, Sportinguistas ou não - seja de novo chamado a abrir os cordões à bolsa. Uma operação com elevados riscos políticos, é bom de ver.
E finalmente é pelo menos pouco transparente que se salte da posição inicial, invocando aqueles motivos, para ir agora até à possibilidade de duplicação dos valores iniciais, invocando problemas adicionais de tesouraria e deixando a sensação de que se aproveita o momento de festa para ver se ninguém repara.
Veremos por quanto vai ficar valor final do empréstimo obrigacionista e especialmente como será feito o revolving e por quem. Não seria de todo surpreendente que a recente viagem do vice Carlos Vieira estivesse relacionado com este assunto. Assim como não seria propriamente uma surpresa que, viéssemos a ser confrontados com uma operação de cessão de créditos por parte de um dos bancos ou de ambos, o que poderia contribuir para o agravamento dos custos do crédito, a acrescer aos que já se estão a registar pelo adiamento do pagamento do reembolso no tempo acordado. A possibilidade de o ser o próprio clube a fazer cessão de créditos para abatimento de dívida (a la SLB...) também não pode ser de todo descartada.
Veremos o que irá determinar a AG da SAD agendada para o dia 11 de Maio, especialmente que posição publica irá tomar a Holdimo, até agora parceiro estratégico da SAD. Esta já tinha manifestado o seu desagrado com "o debate público sobre questões internas (...) que é "absolutamente dispensável e atentatória da melhor tradição da marca Sporting, com potencial prejuízo para os ativos da sociedade".
A seguir com atenção.